sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Elecs 2009 bate recorde de público


O primeiro Elecs do Norte/Nordeste terminou nesta sexta-feira (30) com o sucesso de público. Mais de 500 pessoas participaram desta edição que ocorreu no Recife (PE). O evento contou com palestrante da Universidade do Texas, Kenneth Masden; das arquitetas Chrisna Du Plessis da África do Sul e a peruana Liliana Miranda; do geólogo e professor Rualdo Menegat (UFRGS); do arquiteto Edgard Gouveia; e de Sandra Cristina Bertoni, da gerência nacional de Meio Ambiente da Caixa Ecônomica.

O presidente da comissão organizadora do Elecs 2009, o professor e engenheiro José Jéferson Rêgo Silva (UFPE), destacou a participação do público. "Tivemos visitantes de diversas regiões e pesquisas de vários países. Os trabalhos apresentados tiveram qualidade científica muito boa”, disse.

A mestranda Farah Diba, que apresentou o trabalho na área temática sobre reaproveitamento e reciclagem de resíduos, na quinta-feira (29), parabenizou a organização do evento. Segundo ela, o Elecs vai ser importante para o Norte/Nordeste na difusão do conhecimento com preocupação em sustentabilidade em todas as áreas de atuação, seja construção civil ou arquitetura.

Palestras - A palestra do arquiteto Edgard Gouveia, um dos criadores do Instituto Elos, finalizou os trabalhos do Elecs 2009. Ele começou a apresentação mostrando o vídeo do projeto Elos que reuni universitários e moradores de comunidade carentes promovendo ações para melhorar a qualidade de vida dos habitantes dos locais.

Um dos movimentos abordados pelo arquiteto foi o Oásis Santa Catarina, que iniciou através de jovens de toda parte do Brasil. O objetivo do projeto é revitalizar um espaço público devastado, com apoio dos membros das comunidades ajudadas e sendo assim fortalecer com eles a responsabilidade para cuidar do local recuperado.

O evento termina com o lançamento do livro “Eventos mais sustentáveis - uma abordagem ecológica, econômica, social, cultural e política”, a divulgação do resultado da bienal e onde será o Elecs 2011.

Fotos no www.flickr.com/photos/elecs2009. Crédito: Moises Soares

Universidade pesquisa ampliação de uso de eucalipto na construção e artesanato — Revista Sustentabilidade

Universidade pesquisa ampliação de uso de eucalipto na construção e artesanato — Revista Sustentabilidade

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Trabalhos científicos e minicursos são destaques no Elecs

O segundo dia do Elecs iniciou com a apresentação de trabalhos técnicos e palestra. Pela manhã, o público contou com a apresentação do professor Kenneth Masden (EUA), que esteve pela primeira vez no Brasil. Ele que é arquiteto e professor de design abordou a sustentabilidade e habitação social. “A arquitetura precisa ser mais humana. Nossa preocupação é como empregar o design para melhor afetar o ambiente construído", disse o professor Kenneth Masden”, disse o professor.

Entre os trabalhos, apresentados em sessões técnicas pela manhã e à tarde, cinco abordaram o reaproveitamento e reciclagem de resíduos. O professor da Universidade Federal da Bahia Sandro Fábio César apresentou a pesquisa “Aplicação de Design com sustentabilidade na produção de móveis a partir de madeira reciclada”. O objetivo é a reutilização de madeiras que são descartadas pela indústria e pela construção civil para edificar móveis, agregando valores econômicos, funcionais ambientais e sociais ao produto. “Nós combinamos a madeira nova com a velha, mas deixamos a característica da antiga”, resumiu o professor.

O trabalho “Análise desempenho do revestimento de gesso com adição de seu resíduo gerado em obra” foi apresentado pelo palestrante Ítalo Benjamin Telles da Universidade de Pernambuco (UPE). Ele destacou a importância da utilização do gesso e os resíduos que são gerados. A pesquisa apresenta a possibilidade de adicionar componentes à pasta de gesso para que ele seja reutilizado.

Os outros trabalhos apresentados na mesma área temática foram “Caracterização física de solo e resíduo da indústria de papel e celulose (grits) para fabricação de tijolos de solo-cimento”, “Reaproveitamento de agregados reciclados de RCD para utilização em obras geotécnicas”, “Avaliação da influência do silicato de sódio nas propriedades de blocos de vadação prensados com areia reciclada e cimento” e “Compostagem de fezes humanas: Tratamento e alternativa de recuperação de nutrientes para o solo”.

Minicurso - O encontro conta com oito minicursos sobre temas variados. Um dos minicursos apresentado foi “Reciclagem de resíduos de construção em canteiros de obras” que abordou o gerenciamento de resíduos de construção e demolição (RCD) nos canteiros de obras. O curso foi ministrado pelo professor Leonardo Miranda com a ajuda da aluna Elaine Cristina.

A estudante de arquitetura Nathália Ramos da Universidade Católica de Pernambuco (Católica) destacou a importância do evento pela abordagem do assunto. “Esse encontro serve para conscientizar os futuros profissionais da área sobre sustentabilidade”, analisou a aluna.

O evento segue até sexta-feira (30), na Recife, no Mar Hotel. Programação no www.ufpe.com.br/elecs2009

Cidade pode reduzir custo com iluminação

E deu-se a luz. Quando Thomas Edison criou a lâmpada incandescente, em 1880, foi responsável por uma das maiores invenções do século. E, na verdade, era a largada para uma grande revolução da iluminação. Hoje, aliada à segurança e lazer das sociedades, a iluminação pública corresponde a um dos principais gastos nas cidades. No Recife, o custo com energia elétrica em áreas públicas foi de R$ 34,3 milhões no ano passado, ficando atrás apenas do tratamento de lixo. Valor que poderia ser reduzido com a adoção da nova tecnologia no setor, as lâmpadas LED. Estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) identificou que a troca de 10% nos 120 mil pontos de luz do Recife por LEDs proporcionaria uma economia de 250 mil kWh/mês ou de R$ 20 mil mensais. Com a troca, o tom âmbar das lâmpadas atuais passaria a ser branco.


O estudo Iluminação pública em Recife e Caruaru, elaborado por quatro pesquisadores da UFPE, será apresentado no V Encontro Nacional e III Latino Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis, realizado de amanhã a sexta-feira na cidade. De acordo com um dos coordenadores da pesquisa, o professor do Laboratório de Soluções em Energia e Design da UFPE Heitor Scalambrini Costa, o material pode ser aproveitado pelas prefeituras. "Nós fazemos essa recomendação pois, além de trazer economia, a lâmpada LED é mais sustentável", ressaltou. O pesquisador informou que nas lâmpadas LED a luz é produzida através de diodos emissores de luz e, há pouco tempo, elas eram utilizadas apenas como luzes de alerta e sinalização.

"É uma tecnologia nova, que vem se popularizando lentamente. Mas surgiu na Europa desde 2000 e vem se tornando uma excelente alternativa para iluminação pública por conta dos benefícios", disse outro autor do estudo, Hobedes de Albuquerque Alves, acrescentando que um LED de 3 Watts gera luminosidade semelhante a uma lâmpada de 20 Watts. A eficiência resulta no consumo de até 90% menos energia comparada aos modelos convencionais. Outra característicaque torna o modelo atraente para o setor público é a vida útil de até 80 mil horas (12 anos), durabilidade que fica bem acima das mil horas de uma lâmpada incandescente ou 32 mil de uma lâmpada de vapor de sódio (a mais comum no Recife). Além disso, o especialista destacou a qualidade da iluminação pois não emite radiação ultravioleta nem infravermelha.

Projeto - O secretário de serviços públicos do Recife, José Humberto Cavalcanti, informou que já se reuniu com representantes do produto, mas achou um custo de implantação muito alto. "Sabemos que a tendência do mercado é a LED, mas usamos a de sódio que é a mais eficiente entre o que está acessível no mercado. Vamos esperar o resultado de projetos piloto em outras cidades, é preciso ter prudência", afirmou. Segundo ele, a prefeitura terá uma economia de 30% a 40% nos gastos com energia elétrica com a implementação do Projeto Reluz, que prevê a substituição de 65% dos refletores. "Esses novos modelos permitirão o uso de lâmpadas menores com mais potencial deiluminação", disse. A expectativa, segundo o secretário, é obter uma economia de R$ 2 milhões por mês.

As lâmpadas LED fazem parte da iluminação da orla do Rio de Janeiro e de algumas áreas das cidades de Salvador, Natal e João Pessoa. Mas além da economia, Heitor Costa destacou a segurança ambiental proporcionada pelo modelo LED em comparação à lâmpadas de vapor de mercúrio e pó fluorescente. "Se não forem recolhidas adequadamente, podem produzir mais danos graves ao ambiente", ressaltou. Ele informou que uma lâmpada simples, com menos de 1 miligrama de mercúrio, pode contaminar 45 mil litros de água. Leia mais sobre as LED no artigo do pesquisador disponível no blog http://blogs.diariodepernambuco.com.br/meio_ambiente.

Fonte: Diario de Pernambuco
Júlia Kacowicz // juliakacowicz.pe@dabr.com